domingo, 1 de abril de 2012

DESTAQUE DA SEMANA - A mulher que queria ser rainha de Portugal.


Maria Pia de Bragança

Nascida em Lisboa a 12 de março de 1907, era filha do rei Carlos I (1863-1908) com uma amante, a cearense Maria Amélia Laredó. Por ser filha ilegítima, Maria Pia foi levada pra Espanha logo depois do nascimento. Maria Amélia levou uma carta assinada por Carlos I onde ele reconhecia Maria Pia como filha e autorizava que ela fosse tratada no estrangeiro como uma princesa da Casa de Bragança.

Em 1925, Maria Pia (18) se casou com Francesco Bilbao (36), um milionário cubano. Como Francesco era divorciado, eles se casaram apenas no civil, na embaixada cubana em Paris.
Em 1928, Maria Pia (21) se formou em Jornalismo.

Em 1932, Maria Pia (25) deu à luz Fátima, que nasceu com má formação congênita.
Em 1935, após a morte de Francesco (46), Maria Pia (28) voltou pra Espanha.
Em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, o registro de Maria Pia (29) foi destruído durante um incêndio na igreja onde estava guardado.
Pra fugir da guerra, Maria Pia se mudou pra Roma.
Em 1937, Maria Pia (30) publicou o livro "A Hora de Afonso XIII", defendendo a volta do ex-rei ao trono da Espanha.
Em 1939, após o início da Segunda Guerra Mundial, Maria Pia (32) se casou com o coronel Giuseppe Blais (48). Como os oficiais do Exército eram proibidos de casar com estrangeiras, eles tiveram que manter segredo.
Giuseppe deixou Fátima (7) em um convento.

Em 1946, Maria Pia (39) deu à luz Maria da Glória.
Um mês depois, Giuseppe (55) foi promovido a general, e pôde assumir o casamento com Maria Pia.

Em 1954, Maria Pia (47) publicou o segundo livro: "Um Beijo e Nada Mais. Confidências Conscientes de Uma Pecadora Inconsciente."
Em 1957, Maria Pia (50) publicou o terceiro livro: "Memórias de Uma Princesa Viva", uma autobiografia. Essa foi a primeira tentativa dela de ser reconhecida como irmã do último rei de Portugal, Manuel II, que morreu sem filhos em 1932. Porém, ela não reivindicou o trono, reconhecendo como herdeira legítima a prima dela, princesa Isabel (25), bisneta da nossa princesa Isabel.
Um grupo de monarquistas portugueses pediu à Maria Pia que reivindicasse o trono. Então ela passou a usar o título de Duquesa de Bragança. Entretanto, esse título já estava sendo usado por Duarte II (50), neto do rei Miguel I (irmão do nosso Pedro I), reconhecido por todas as Casas Reais da Europa como o legítimo herdeiro do trono. 
Foram criadas duas correntes: os conservadores, que apoiavam Duarte II, e os liberais, que apoiavam Maria Pia.
Em 1960, Maria Pia (53) passou a contar com o apoio da imprensa italiana.

Em 1965, durante uma visita ao túmulo do pai em Portugal, Maria Pia (58) foi presa. Mas ela passou apenas uma noite na delegacia, sendo solta na manhã seguinte devido às pressões da embaixada italiana.
Em 1966, Duarte II (59) pediu ao bispo de Madri que retirasse o nome de Carlos I da certidão de batismo de Maria Pia (59), que havia sido refeita em 1939, baseada nos testemunhos de amigos.

Em 1972, o tribunal eclesiástico decidiu em favor de Maria Pia (65), e o batismo dela foi declarado válido.
Em 1975, Maria da Glória (29) se casou com o escultor espanhol Miguel Ortiz (42), e eles se mudaram pra Verona.
O governo português não reconheceu a certidão de batismo de Maria Pia (68), e ela ficou como sendo filha de pai desconhecido.
Em 1976, nasceu Carlos, primeiro filho de Miguel (43) e Maria da Glória (30).
Com a morte de Duarte II (69), Maria Pia (69) disputou com o filho dele, Duarte (31), o direito à sucessão da Casa de Bragança. Duarte III foi reconhecido por todas as Casas Reais da Europa, enquanto o pedido de Maria Pia foi considerado improcedente.
Em 1978, nasceu José, segundo filho de Miguel (45) e Maria da Glória (32).

Em 1982, Fátima (50) morreu no convento.
Maria Pia (75) entrou com um pedido no Supremo Tribunal de Portugal pra ser reconhecida como herdeira da Casa de Bragança.
Em 1983, o pedido de Maria Pia (76) foi rejeitado.
No mês seguinte, morreu o general Giuseppe (91).
Em 1985, apesar de ter uma filha, Maria da Glória (39), e dois netos, Carlos (9) e José (7), Maria Pia (78) designou como herdeiro o milionário italiano Rosário Poidimani (39). O motivo alegado foi que a filha não a apoiava na reivindicação ao trono.
Logo depois, Maria Pia se casou com o empresário português Antônio da Costa (33), amigo íntimo de Rosário.
Em 1987, Maria Pia (80) abdicou da reivindicação ao trono português em favor de Rosário (41), que passou a se chamar Rosário de Bragança.

Em 1992, o processo sobre a anulação do batismo de Maria Pia (85) foi definitivamente arquivado.
Em 6 de maio de 1995, morreu Maria Pia (88), na Itália. Ela foi enterrada ao lado do coronel Giuseppe.

Em 1996, Antônio da Costa (44) morreu de causas inconclusivas.
Em 2006, o governo português decidiu processar Rosário (60), alegando a defesa dos interesses portugueses, por um estrangeiro estar usando um título de nobreza português, lesando assim a honra do Estado português.
Em 2007, Rosário (61) foi preso na Itália por fraude financeira, falsificação de documentos e formação de quadrilha. No escritório dele foram encontrados 712 passaportes, 600 carteiras de identidade e 135 CDs com registros financeiros, tudo falso. 
Com a condenação, Rosário automaticamente perdeu o título português e o direito a reivindicar o trono.

O documento em que Carlos I reconhecia Maria Pia como filha não tinha valor jurídico, pois não foi confirmado pelo Tribunal Superior português na época da assinatura. O Código Civil proibia que filhos ilegítimos recebessem herança, e nem o rei podia mudar isso.

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